“Será que há bandas de rock na Eurovision?“, você pode estar se perguntando. A Eurovision Song Contest é conhecida por ser um mega evento com um pé na música pop e outro no espetáculo. Desde 1956, dezenas de países — em sua maioria europeus — se reúnem anualmente para competir com músicas originais. De baladas românticas a experimentações performáticas, passando por ritmos folclóricos mas também, claro, com algumas boas surpresas do rock, tudo isso costuma compor a competição.
Uma curiosidade interessante é que o concurso acontece cada ano em um país diferente, de acordo com o ganhador da edição anterior.
E, embora o rock nunca tenha sido o estilo de música dominante na Eurovision — tradicionalmente mais generosa com o pop, as músicas engraçadas e os hinos fáceis de cantar —, ele sempre encontrou um jeito de marcar presença com riffs pesados, performances teatrais ou bandas que desafiaram o formato convencional eurovisivo. Do glam ao heavy metal, do progressivo ao alternativo.
Neste artigo, separamos 15 bandas de rock na história mais recente da Eurovision que valem a pena conhecer!
Mas, se você prefere um som mais pesado, também temos uma lista bem legal das bandas de heavy metal e hard rock que passaram pela Eurovision!
1. Katarsis (Lituânia, 2025) – “Tavo akys”
Representando a Lituânia em 2025 com a canção “Tavo akys” (em lituano, “Seus olhos”), a Katarsis é uma das grandes promessas da edição. A banda surgiu como um projeto solo do vocalista Lukas Radzevičius ainda na época de escola, em 2019. Depois, entraram Emilija Kandratavičiūtė no baixo, Alanas Brasas na guitarra solo e Jokūbas Andriulis na bateria.
O som deles mistura elementos do rock alternativo e o EP de estreia, Dausos, lançado em 2024, chamou atenção da cena indie báltica.
Com mais de 220 mil ouvintes mensais no Spotify, a banda Katarsis chega ao palco da Eurovision com uma proposta que une autenticidade e sonoridade moderna cantada em lituano, o que traz ainda mais identidade à apresentação.
2. Mor ve Ötesi (Turquia, 2008) – “Deli”
A Turquia sempre teve uma relação especial com o rock dentro da Eurovision, e talvez nenhum exemplo represente isso tão bem quanto o Mor ve Ötesi, com a energética “Deli” (em turco, “Louco”), apresentada em 2008.
O grupo, formado em Istambul nos anos 90, é um dos pilares do rock alternativo turco e já ultrapassou a marca de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify. A banda chegou ao estrelato com o álbum Dünya Yalan Söylüyor (2004), que vendeu mais de 300 mil cópias e mudou a percepção do gênero no país.
Em Belgrado, conquistaram o 7º lugar com uma performance intensa e um som denso, cantado em turco, provando que o rock podia sim ter espaço no maior palco musical da Europa — e ser reconhecido por sua autenticidade.
3. The Rasmus (Finlândia, 2022) – “Jezebel”
Ícone do rock alternativo finlandês, o The Rasmus já era conhecido mundialmente antes mesmo de pisar no palco da Eurovision, em 2022, com “Jezebel”, uma faixa em inglês com pegada radiofônica e energia nostálgica.
Formada em 1994 por jovens de Helsinki, a banda explodiu com o sucesso global de “In the Shadows” (2003) e já vendeu mais de 5 milhões de álbuns. Atualmente, eles contam com 3 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
Em Turim, mesmo competindo com novos nomes e estilos modernos, mostraram que veteranos também sabem inovar.
4. maNga (Turquia, 2010) – “We Could Be the Same”
Uma fusão de rock alternativo com elementos eletrônicos e melodias da Anatólia, a banda maNga representou a Turquia com uma das performances mais marcantes do rock na Eurovision. Em 2010, subiram ao palco de Oslo com “We Could Be the Same”, cantada em inglês — e conquistaram o segundo lugar, ficando atrás apenas da Alemanha.
Hoje com cerca de 2 milhões de ouvintes mensais, continuam relevantes com lançamentos como Antroposen 002 (2023), mostrando que sua mistura de estilos continua evoluindo.
5. Intelligent Music Project (Bulgária, 2022) – “Intention”
Poucos sabiam o que esperar quando a Bulgária anunciou, em 2022, que seria representada por uma superbanda de rock progressivo chamada Intelligent Music Project. Com músicos de expressão internacional como o chileno Ronny Romero e os búlgaros Slavin Slavchev e Stoyan Yankoulov, o grupo levou ao palco de Turim a faixa “Intention”, um rock melódico e clássico cantado em inglês.
Com cerca de 15 mil ouvintes mensais no Spotify, a banda continua ativa e lançou, em 2024, seu oitavo álbum, Miracles Beyond, que inclui colaborações com nomes lendários do rock.
6. Piqued Jacks (San Marino, 2023) – “Like an Animal”
Embora italiano de origem, o Piqued Jacks representou San Marino em 2023 com o single “Like an Animal”, cantado em inglês. Com sonoridade indie rock, eles fizeram uma apresentação energética no palco de Liverpool, ainda que não tenham passado à final.
A banda surgiu em 2006 na pequena cidade de Buggiano, na Itália, e já havia se destacado no festival local de Sanremo Rock antes de conquistar o Una Voce per San Marino.
Com 11 mil ouvintes mensais no Spotify, o Piqued Jacks continua na ativa e, inclusive, lançou seu primeiro single em italiano, “Aria”, em 2024.
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7. Zdob și Zdub (Moldávia, 2005 e 2011) – “Boonika bate doba” e “So Lucky”
Se há uma banda que representa o espírito irreverente e multicultural da Moldávia na Eurovision é, sem dúvida, a Zdob și Zdub. Eles participaram duas vezes: estreando em 2005 com “Boonika bate doba” e voltando em 2011 com “So Lucky”.
Com uma mistura inusitada de punk rock, folk balcânico e hip hop, o grupo ganhou fãs fiéis em todo o Leste Europeu. São conhecidos por suas colaborações com Emir Kusturica e até dividiram palco com o Red Hot Chili Peppers.
Com 113 mil ouvintes mensais, o Zdob și Zdub é uma daquelas bandas que transformam a Eurovision em uma verdadeira festa.
8. Joker Out (Eslovênia, 2023) – “Carpe Diem”
Com sua autodefinida estética de “Shagadelic Rock n’ Roll”, a banda Joker Out levou a Eslovênia de volta aos holofotes da Eurovision em 2023 com a contagiante “Carpe Diem”, cantada em esloveno — algo cada vez mais raro no festival.
O grupo nasceu em 2016 e conquistou rapidamente o público mais jovem, lançando três álbuns até 2024. Após o festival, seguiram em turnê pelo Reino Unido ao lado da banda irlandesa Wild Youth.
Com 148 mil ouvintes mensais, Joker Out é uma das bandas eslovenas mais promissoras que passou pela Eurovision recentemente.
9. The Ark (Suécia, 2007) – “The Worrying Kind”
Mistura de glam rock e teatralidade pop, o The Ark representou a Suécia em 2007 com “The Worrying Kind”, uma canção em inglês com forte influência de Queen e David Bowie.
A banda, que começou nos anos 90 e se tornou uma das mais bem-sucedidas da Escandinávia para a época, já fazia sucesso com hits como “It Takes a Fool to Remain Sane” antes de sua participação eurovisiva. Mesmo com um 18º lugar no festival, a música “The Worrying Kind” foi um enorme sucesso nas rádios suecas.
Atualmente com 218 mil ouvintes mensais, continuam sendo um nome querido no rock escandinavo — e um dos exemplos mais icônicos da Suécia levando rock à Eurovision.
10. O.Torvald (Ucrânia, 2017) – “Time”
A Ucrânia é conhecida por sua diversidade musical na Eurovision, e o grupo O.Torvald representou o país com atitude, em 2017, com a música “Time” (em inglês) – uma faixa de rock alternativo moderno.
A banda foi formada em 2005 em Poltava e já havia tocado ao lado de nomes como Linkin Park, Garbage, Evanescence e The Rasmus em festivais.
Mesmo com uma colocação modesta (24º lugar), a performance foi forte e carismática. Hoje com 48 mil ouvintes mensais, a banda segue ativa.
O vocalista Ženja Halyč também se tornou um símbolo ao servir nas Forças Armadas ucranianas no início da guerra contra a Rússia, em 2022.
11. Pertti Kurikan Nimipäivät (Finlândia, 2015) – “Aina mun pitää”
Poucas bandas de rock na história da Eurovision causaram tanto impacto quanto os finlandeses do Pertti Kurikan Nimipäivät (PKN), que em 2015 levaram ao palco do festival a curtíssima e agressiva “Aina mun pitää”, cantada em finlandês.
A banda foi formada em um workshop para adultos com deficiências intelectuais, sendo composta por músicos com síndrome de Down e autismo. O grupo também é o foco do documentário The Punk Syndrome (2012), que explora sua vida artística e ativismo.
Apesar de não terem avançado à final, entraram para a história como um símbolo de inclusão, autenticidade e punk em sua forma mais crua.
A banda se desfez em 2016, quando o guitarrista Pertti Kurikka se aposentou, mas seu legado permanece como um dos mais significativos da história da Eurovision.
12. Les Fatals Picards (França, 2007) – “L’Amour à la française”
Misturando rock, música francesa, punk e paródia, os irreverentes do Les Fatals Picards representaram a França em 2007 com a divertida “L’Amour à la française”, cantada em uma mistura bem-humorada de francês e inglês.
Com uma estética propositalmente caricata e letras satíricas, a banda levou ao palco uma crítica ao clichê do amor francês em tom de comédia e teatralidade.
Fundada em 1996, a banda tem 148 mil ouvintes mensais e uma sólida base de fãs. Embora tenham ficado em 22º lugar, sua apresentação permanece entre as mais excêntricas do rock na Eurovision.
13. Athena (Turquia, 2004) – “For Real”
A banda Athena, veterana do rock e ska turco, levou a Turquia ao 4º lugar na Eurovision 2004 com a vibrante e dançante “For Real”, cantada em inglês.
Fundada pelos irmãos gêmeos Gökhan e Hakan Özoğuz em 1987, Athena é considerada uma das bandas mais respeitadas da cena alternativa turca, com 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify.
A banda é conhecida por usar seu prestígio e sua música não apenas para entreter, mas também para falar de causas sociais. O clipe de “Ses Etme” (2016), por exemplo, retrata o dia de uma mulher trans, enfrentando o preconceito e a violência, tornando-se um manifesto contra os crimes de ódio. Um exemplo raro de representatividade aliada a sucesso mainstream na música turca.
14. Sudden Lights (Letônia, 2023) – “Aijā”
A banda Sudden Lights representou a Letônia com “Aijā” na edição de 2023, uma música que mistura na letra letão e inglês e traz uma atmosfera introspectiva e emocional.
Formada em Riga em 2012 por jovens estudantes de música, a banda passou anos desenvolvendo sua identidade dentro da cena indie rock letã até conquistar a vitória no festival Supernova.
Com 64 mil ouvintes mensais, eles mantêm uma estética sonora minimalista. Embora não tenham conseguido vaga na final, foram elogiados pela sensibilidade e pela qualidade musical, se destacando em meio às apresentações mais performáticas daquele ano.
15. Eugent Bushpepa (Albânia, 2018) – “Mall”
Uma das vozes mais bonitas do rock na Eurovision, na minha opinião, vem da Albânia com Eugent Bushpepa e sua poderosa “Mall” – uma balada cantada em albanês.
Com uma impressionante extensão vocal, presença de palco imponente e composição autoral, Bushpepa levou o país ao 11º lugar na final, a terceira melhor colocação da história albanesa no festival.
Ele é respeitado por sua trajetória e por já ter aberto shows de nomes como Deep Purple, Duff McKagan e Overkill. Seu estilo é uma combinação de rock clássico, hard rock e poesia.
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