Tem bandas de Hard Rock e Heavy Metal na Eurovision? Embora a Eurovision seja mais conhecida por baladas com potência vocal, performances extravagantes e refrões pop-chiclete, vez ou outra o hard rock e o heavy metal também tomam o palco, sim!
Para quem não conhece, a Eurovision Song Contest é uma das maiores competições musicais do mundo, realizada anualmente desde 1956 entre países principalmente da Europa. Cada nação participante envia um artista com uma música original para ser apresentada ao vivo, e os vencedores são escolhidos por uma combinação de votos do público e de júris especializados. Cada ano a Eurovision é realizada em um país diferente, de acordo com o vencedor da edição anterior.
Desde a vitória histórica do Lordi em 2006, com “Hard Rock Hallelujah”, que mudou para sempre a percepção do que “pode ou não pode” na Eurovision, vários outros nomes do rock se aventuraram sob os holofotes. Alguns alcançaram até posições de destaque, como o Måneskin, que venceu em 2021 com o hit explosivo “Zitti e buoni”, depois conquistou o mundo e hoje soma mais de 20 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
Nesse artigo, reunimos bandas que vêm de diversos cantos da Europa — Finlândia, Alemanha, Islândia, Hungria, Estônia, Suíça, Itália, Noruega, República Tcheca — e representaram diferentes subgêneros do rock e do metal na Eurovision: glam, nu metal, power metal, post-hardcore, hard rock e até industrial.
Mas, se você prefere algo mais leve, como um rock alternativo e indie, veja o nosso outro artigo com 15 bandas de rock na Eurovision.
1. Lordi – “Hard Rock Hallelujah” (Finlândia, 2006)
🎧 574 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em inglês
Impossível falar sobre metal na Eurovision sem começar pelo Lordi, os monstros mais amados da Finlândia.
A banda liderada por Mr. Lordi causou um verdadeiro “terremoto” no concurso de 2006 com a performance épica de Hard Rock Hallelujah. Usando máscaras pesadas, pirotecnia e um refrão que grudava na cabeça, a apresentação parecia ter vindo direto de um filme de terror… E venceu! Foi a primeira vitória de uma banda mais pesada na Eurovision.
A música, cantada em inglês, virou um hino imediato e conquistou até um lugar no Guinness World Records na época, quando 80 mil pessoas cantaram juntas Hard Rock Hallelujah como um imenso karaokê em Helsinque.
Com quase duas décadas de estrada, Lordi segue firme lançando álbuns (o mais recente, Limited Deadition, saiu em 2025) e mantendo sua identidade visual como marca registrada.
2. Lord of the Lost – “Blood & Glitter” (Alemanha, 2023)
🎧 325 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em inglês
Com um nome que já entrega o clima sombrio, o Lord of the Lost chegou representando a Alemanha em 2023 com um som poderoso e teatral: Blood & Glitter. A música mistura elementos de glam rock e metal industrial — tudo isso com muito brilho, couro e atitude.
A banda foi criada por Chris Harms – inicialmente como um projeto solo – e se tornou uma das principais revelações do metal alemão.
Mesmo não alcançando uma boa colocação na Eurovision, o grupo ganhou destaque internacional e já se apresentou em alguns dos grandes festivais de metal do mundo.
3. Teräsbetoni – “Missä miehet ratsastaa” (Finlândia, 2008)
🎧 47 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em finlandês
Do país que consagrou Lordi, veio em 2008 outra proposta pesada: a banda Teräsbetoni, com a épica Missä miehet ratsastaa (“Onde os homens cavalgam”, em tradução livre).
Com forte influência de power metal e letras que exaltam guerreiros, a banda teve um desempenho modesto na final. Entretanto, ficou marcada como uma das raras apresentações de power metal na Eurovision.
O nome da banda significa literalmente “concreto armado” — o que combina bem com a sonoridade robusta que apresentaram no palco.
4. Måneskin – “Zitti e buoni” (Itália, 2021)
🎧 20 milhões de ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em italiano
Fenômeno global, os italianos do Måneskin explodiram após vencerem a Eurovision de 2021 com Zitti e buoni, cantada em italiano e com uma atitude afiadíssima no palco.
A banda, formada por quatro jovens de Roma, já fazia sucesso na Itália desde o X Factor, mas foi no palco de Roterdã que conquistaram o mundo.
Com seu estilo entre o glam e o garage rock, eles quebraram um jejum de mais de 30 anos sem vitórias italianas e trouxeram frescor (e rebeldia) à competição. Desde então, escalaram as paradas internacionais, se apresentaram em grandes festivais e viraram uma das bandas de rock mais populares do planeta — algo bem raro para ex-participantes da Eurovision.
5. AWS – “Viszlát nyár” (Hungria, 2018)
🎧 55 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em húngaro
Misturando post-hardcore, metal alternativo e emoção, a banda húngara AWS levou uma carga explosiva ao palco da Eurovision 2018 com Viszlát nyár (“Adeus, verão”).
A música, toda em húngaro, era um lamento energético pela perda de um ente querido e contrastava fortemente com as produções mais pop da edição.
A performance intensa com vocais gritados e guitarras agressivas surpreendeu o público e conquistou um lugar na final.
Infelizmente, em 2021, o vocalista Örs Siklósi faleceu precocemente aos 29 anos de leucemia. Recentemente, a banda trouxe um novo vocalista e continua sendo lembrada com carinho pelos fãs por sua entrega autêntica e catártica.
6. Wig Wam – “In My Dreams” (Noruega, 2005)
🎧 293 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em inglês
Com um pé nos anos 80 e outro no palco da Eurovision, a banda de glam metal Wig Wam levou muito glitter, guitarras afiadas e um refrão grudento para a competição, em 2005, com In My Dreams.
Eles ficaram em 9º lugar, mas ganharam o coração dos fãs de rock com seu lema: “Rock is the new schlager”.
O grupo norueguês brinca com o visual espalhafatoso e letras bem-humoradas, sem perder a pegada pesada.
Após um hiato, voltaram em 2019 — e em 2022 foram catapultados de volta aos holofotes com a inclusão de sua música na série Peacemaker, da HBO. Desde então, uma nova geração descobriu o poder do glam metal nórdico.
7. Vanilla Ninja – “Cool Vibes” (Suíça, 2005)
🎧 79 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em inglês
Elas são da Estônia, mas representaram a Suíça na Eurovision. As garotas da Vanilla Ninja conquistaram o público com o som melódico e sombrio de Cool Vibes, alcançando o 8º lugar na final de 2005.
Com estilo visual gótico e influências de rock alternativo e pop rock europeu, o grupo ficou famoso em países como Alemanha, Áustria e, claro, na própria Estônia, onde viraram celebridades a ponto de inspirarem… Marcas de sorvete e snacks!
Apesar de mudanças de formação ao longo dos anos, o legado da Vanilla Ninja permanece como uma das bandas femininas mais marcantes a pisar no palco do concurso.
8. Eiríkur Hauksson – “Valentine Lost” (Islândia, 2007)
🎧 8 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em inglês
Veterano do rock islandês, Eiríkur Hauksson é um nome reverenciado no cenário metálico nórdico — e não é à toa que representou a Islândia duas vezes na Eurovision.
A primeira vez dele também foi a estreia da Islândia no concurso, em 1986. Em 2007, Eiríkur voltou ao palco do festival com Valentine Lost, uma power ballad com clima melancólico e vocal potente. A canção foi originalmente composta em islandês, mas apresentada em inglês para tentar maior apelo europeu.
Apesar de não ter passado da semifinal, o cantor é lembrado como um dos poucos representantes do heavy metal tradicional na história do concurso.
9. Kabát – “Malá dáma” (República Tcheca, 2007)
🎧 484 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em tcheco
Quando a República Tcheca decidiu estrear na Eurovision em 2007, escolheu ir com peso e atitude: a veterana banda de hard rock Kabát entrou em cena com Malá dáma (“Pequena Dama”), cantada totalmente em tcheco.
Mesmo ficando em último na semifinal, o grupo já era gigante em seu país, com muitos discos vendidos, prêmios e até um lugar na Beatová síň slávy — o Hall da Fama do rock tcheco.
Com letras que vão do humor ao comentário social e uma base de fãs leal desde os anos 80, o Kabát mostrou que rock local também tem seu espaço, mesmo quando o palco é global.
10. Blind Channel – “Dark Side” (Finlândia, 2021)
🎧 428 mil ouvintes mensais no Spotify | 🗣 Em inglês
Os finlandeses do Blind Channel levaram o nu metal moderno para o palco da Eurovision com a furiosa Dark Side, em 2021.
A música, recheada de riffs pesados e atitude, conquistou o público jovem e levou o país ao 6º lugar. A performance ficou famosa por um detalhe provocativo: os músicos pintaram os dedos do meio de vermelho depois de serem proibidos de fazer o gesto no palco.
Em 2024, a banda anunciou uma pausa por tempo indeterminado.